quarta-feira, 4 de julho de 2012

Orgânicos podem alimentar o Mundo...


INFORMATIVO AGROECOLÓGICO

Orgânicos podem alimentar o Mundo...

Seguem textos para auxiliar na implantação do Paradigma Orgânico.

Estudos da Universidade de Michigan indica que a agricultura orgânica é mais produtiva que a agricultura industrial química. Pesquisadores mostram exemplos de estudos prévios que corroboram o fato que a agricultura orgânica é melhor que a convencional, mas assinalam que estudos financiados por produtores químicos nublaram o entendimento do público sobre o assunto.

O agronegócio corporativo passou décadas repetindo o mantra que a agricultura química intensiva é necessária para alimentar o mundo. Mas de acordo com a pesquisa “estimativas indicam que os métodos orgânicos podem produzir alimento suficiente para sustentar a atual população humana, e potencialmente até uma maior população, sem aumento da área agricultável.”

FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) promove a Agricultura Orgânica:

- O traço principal da agricultura orgânica é que se baseia em recursos produtivos presentes em nível local e não dependem de combustíveis fósseis. Além disso, por trabalhar com processos naturais, aumenta a rentabilidade e a resistência dos ecossistemas agrícolas às condições meteorológicas adversas.

- A FAO pede aos Governos que dediquem recursos à agricultura orgânica e a incluam em suas estratégias nacionais de desenvolvimento e redução da pobreza.

Perigos da agricultura convencional

É sabido que a produção convencional de alimentos é responsável pela contaminação de lençóis freáticos, rios e oceanos, diminui a fertilidade do solo, aumenta a dependência de energia petroquímica, que é não-renovável, e também leva a um círculo vicioso de dependência química de insumos e produtos tóxicos. Um grande perigo de alguns produtos é que eles se acumulam, desenvolvendo tumores que crescem lentamente, não sendo possível a imediata relação com os agentes causadores.

O glifosato, N-(fosfonometil) glicina, princípio ativo do round up®, ofertado sob diversas marcas, é o produto que mais causa intoxicações no Brasil, apesar de ser classificado como faixa verde. Mesmo tendo o marketing de que se trata de um produto seguro, estudos de laboratórios têm encontrado efeitos indesejáveis em praticamente todas as categorias de testes.

Estes efeitos incluem irritação de pele e olhos, dor de cabeça, náusea, vômito, tontura, desmaios, lesões em glândulas salivares, inflamações gástricas, danos genéticos em células sanguíneas, transtornos reprodutivos, carcinogênese, palpitação cardíaca, alterações na pressão arterial, edema pulmonar, alergias, dor abdominal, perda de líquido gastrointestinal, destruição de glóbulos vermelhos no sangue e danos no sistema renal.

A combinação do glifosato com nitratos no solo ou em combinação com a saliva, origina o N-nitroso glifosato, cuja composição também é potencialmente cancerígena e para a qual não há um nível de exposição seguro. O efeito do deste agente químico no organismo humano, segundo o Centro de Controle de Intoxicação da Unicamp, é cumulativo e a intensidade da intoxicação depende do tempo de contato com o produto.

O consumo de glifosato afeta não somente os agricultores, mas toda população, uma vez que a sua presença no meio ambiente, na água (mesmo subterrânea, fato que levou a Dinamarca a tomar medidas severas quanto à restrição ao seu uso) e nos alimentos aumenta seus efeitos. Além de tudo isso, os dessecantes, de maneira geral, causam um engrossamento das raízes das plantas não visadas pelo produto, dificultando a absorção de nutrientes do solo (PRIMAVESI, 2006).

Os produtos organoclorados, como o endossulfan, são derivados do petróleo e têm tido seu emprego progressivamente restringido ou mesmo proibido, por serem de lenta degradação, acumulando-se no meio ambiente e em seres vivos, podendo persistir por até 30 anos no solo, contaminando o ser humano através dos alimentos que ingere ou diretamente. Eles atuam sobre o sistema nervoso central, resultando em alterações do comportamento, distúrbios sensoriais, do equilíbrio, da atividade da musculatura involuntária e depressão dos centros vitais, particularmente da respiração.

O aldicarbe é um dos ingredientes ativos mais tóxicos encontrados entre os defensivos agrícolas no mercado. Este inseticida é absorvido pelo organismo pelas vias oral, respiratória e cutânea e é responsável pela morte de muitas de pessoas. O princípio ativo carbofurano é encontrado mesmo em água subterrânea e traz riscos à saúde de animais selvagens, animais domésticos e à saúde humana. É proibido na Alemanha e teve sua licença encerrada em 2006 nos Estados Unidos, devido à intervenção de órgão ambiental.

Além dos efeitos nocivos causados pelos produtos discriminados, os fertilizantes químicos utilizados na agricultura convencional agravam os efeitos do aquecimento global, pois liberam óxido nitroso, que é 310 vezes mais eficaz que o dióxido de carbono para aquecer o planeta. Além disso, provocam a eutrofização das águas, tornando-a imprópria para consumo.

Fonte: Apostila do Curso de Ecologia Profunda – Associação Ipê e Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização em Agricultura Orgânica/Biodinâmica.

Reeducação Alimentar e Mudanças Climáticas

Quase a metade da massa de terra do planeta é utilizada como pastagem para gado e outras criações. Mais de 30% da área cultivável é ocupada para produção de alimentos destes animais. Aproximadamente 80% de todo o desmatamento e desaparecimento de florestas, no globo inteiro, deve-se à pecuária. No Brasil, as pastagens ocupam mais de 48% do país. Os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, a saber, possuem cerca de 60 % de seu território coberto por pastagens. Além da questão dos desmatamentos, os dejetos dos animais contaminam rios, lagos e represas, os bovinos compactam o solo, causando erosão, impedindo infiltração de água, e os ruminantes lançam metano para a atmosfera, gás que responde por 16% das emissões do efeito estufa e que é aproximadamente 23 vezes mais perigoso para aquecer o planeta que o gás carbônico.

A exposição, mesmo a baixos níveis de desreguladores endócrinos (agentes químicos presentes nos agrotóxicos), mas que bio-acumulam com o tempo, pode levar a altos níveis no corpo de animais. Os agentes químicos interferentes acumulam-se na gordura, daí a importância de se reduzir ou de preferência eliminar da dieta alimentos como leite, derivados e carnes de animais.

Atualmente, todo o planeta está contaminado, mesmo populações remotas, já que através da sucessão da cadeia alimentícia carnívora, através do consumo de produtos animais, todos os seres contém índices perigosos de contaminantes. Populações estritamente vegetarianas localizadas distante de centros poluidores são as únicas que estão menos expostas.

Entretanto, este quadro pode ser modificado com investimentos em pesquisas sobre fontes alternativas de proteínas, conscientização dos produtores rurais quanto à diversificação das culturas em substituição às pastagens e educação dos consumidores e indústrias para procurarem componentes alimentícios em substituição à carne, ovos, leite, manteigas, queijos e derivados.

Cada um pode fazer a sua parte !!

PETIÇÃO ORGÂNICA: "NON TOXIC HEALTHY FOOD"
(clique acima para assinar)

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